Longa cubano se distancia do romance e soa mais como uma crítica à pobreza da ilha
Tem sido difícil encontrar filmes com temática LGBT que valham a pena investir tempo assistindo. “Moonlight” parece ter sido um suspiro no meio de tantos “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, “Me Chame Pelo Seu Nome” e o intragável “O Fio”. Seguindo a maioria, “A Partida”, longa cubano do diretor Antonio Hens, não conseguiu entregar o que se esperava.
Na história, Reinier e Yosvani são dois jovens que vivem entre no meio à pobreza cubana e se esforçam para conseguir dinheiro para sobreviver. O primeiro sucumbe à prostituição, enquanto o segundo trabalha cobrando e batendo em pessoas que devem para agiotas. Existe humanidade nessa tragédia: Reinier sonha em ser jogador de futebol (daí o título do filme, que depois recebe sentido dúbio) e Yosvani se esforça para conquistar o amor do amigo.
Toda a ambientação, as dificuldades financeiras, a violência e a fome parecem ofuscar, de forma não intencional, o que seria o romance dos dois. O filme falha em vários aspectos, principalmente em fazer com que quem está assistindo torça pelo casal. Sem nenhum carisma, Reinier irrita pela arrogância; já Yosvani, na reta final do longa, também desperta irritação por sua submissão.
É interessante a fotografia crua, a falta de uma trilha sonora e algumas atuações que, não sendo surpreendentes, são boas. Mas pela história como um todo, não vale a pena o investimento de tempo. E como se não bastasse, o final nos entrega um clichê trágico dos filmes LGBT’s. Para não dizer que foi tempo perdido, o ator que interpreta Yosvani é lindo e vale ser seguido no Instagram.
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