Pequena autobiografia de Susanna Kaysen retrata uma banalização da loucura com uma escrita fácil que vez ou outra emociona
Susanna Kaysen era uma adolescente em uma época que ser louco era comum. Qualquer pessoa que desviasse de um padrão de comportamento bem consolidado era diagnosticado com a doença mental e encaminhado para seu tratamento com as devidas drogas. Ela, que tinha comportamento depressivo, era bastante libidinosa e possuía pensamentos suicidas, não conseguiu escapar de uma internação, aceita mais por medo do que por vontade própria, no hospício da cidade. A obra conta a história dos dois anos de internação que Susanna foi submetida, tendo ela questionado seu próprio estado de saúde por todo o período.
O livro expõe os problemas do sistema manicomial daquela época e coloca em dúvida os critérios utilizados para se caracterizar uma doença mental. Compostos por pequenos diários não lineares, Susanna vai passo a passo nos contando o que fez com que ela parasse ali, e como era o convívio no manicômio, onde psicopatas, sociopatas e depressivos convivem todos juntos.
Por mais que seja um livro muito legal de se ler, ele acaba não entregando aquilo que se espera, diante da expectativa que criou-se por ele ser um livro muito famoso, um best-seller. Fato é que a protagonista Susanna é a menos carismática do grupo. Simplesmente não dá vontade de torcer por ela. Já as outras garotas, como Giorgina, Polly, Cynthia, Lisa e Daisy divertem e emocionam.
Ilustração de capa: Luis Vittor
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