Por mais que seja possível entender a proposta do filme, ela se perde no meio de tanto constrangimento
As expectativas eram realmente baixas quando fui assistir a “Suntan”(2016), filme dirigido pelo grego Argyris Papadimitropoulos. Isso porque as os comentários que encontrei sobre o filme não passavam de críticas medianas, as imagens não me chamaram a atenção e a sinopse passa longe de instigar. Pois bem, após assistir ao filme digo que seguiu-se o que era esperado.
Passando-se em uma ilha paradisíaca, o médico local, Kostis, um homem solitário da segunda idade, conhece Anna, uma jovem turista que veio à ilha passar as férias com seus amigos. Kostis se junta ao grupo vislumbrado em poder aproveitar uma juventude que ele há muito não vivia e com o passar do tempo vai desenvolvendo uma paixão patogênica por Anna.
É fácil entender o que o diretor Argyris Papadimitropoulos quer representar: a solidão ainda precoce na segunda idade, a frustração de uma carreira não muito bem sucedida e uma juventude inconsequente, libertina e cruelmente insensível. Mas tudo isso se perde no meio de tanto constrangimento.
Kortis serve momentos de vergonha alheia tentando se enturmar com Anna e seus amigos que, sinceramente, formam uma galera patética. Não sentimos vontade em torcer por Kortis por ele ser um médico formado se esforçando para caber em um grupo de jovens superficiais. É possível compreender o seu vislumbre, principalmente em sua situação de estar apaixonado, mas aos olhos dos racionais, é tudo constrangedor demais.
Enquanto Kortis se mostra apaixonado, Anna só quer se divertir nas férias. A obsessão de Kortis vai ficando incontrolável até que ao final nos despedimos do filme sem uma conclusão, com uma sensação de insatisfação. Existem acertos na fotografia, mas nem corpos nus conseguiram salvar esse fraco filme grego.

Deixe um comentário