Curta britânico dirigido por Peter Strickland mostra o desejo sexual sendo estimulado, enquanto seus indivíduos buscam reprimi-lo
Talvez você demore mais tempo lendo esse texto sobre “GUO4” do que assistindo ao próprio curta. Isso porque apesar de possuir apenas três minutos de duração, a obra levanta questões interessantes e devido ao pouco tempo que possui, acaba deixando as interpretações muito abertas para quem está assistindo.
Na primeira vez que assisti ao curta, confesso que não entendi. Já na segunda vez, onde resolvi dar mais uma chance por causa do fascínio que senti mesmo não capturando a mensagem do diretor, fiquei fascinado.
A história é contada em stop motion e com um som de ruídos industriais, onde um nadador entra em um vestiário, retira a bolsa de outro nadador do banco e coloca a sua bolsa no lugar. Em seguida, os dois, nus, entram em uma briga corporal.
Logo no início, quando o segundo nadador entra nu na cena e encontra o primeiro também nu parece existir uma tensão sexual entre os dois. O ato do segundo nadador ter retirado a bolsa do primeiro e colocado a sua no lugar parece muito uma tentativa de demonstrar poder e expandir o seu território. Quando o primeiro nadador revida, é também para mostrar potência. A briga corporal se transforma numa disputa para definir quem é o ativo e o passivo dessa situação.
Durante toda a briga, existe um foco nos pênis dos dois personagens, demonstrando que aquela disputa também é um disputa do falo. No confronto, de forma intencional os órgãos sexuais são esfregados um no outro, como se o desejo sexual fosse estimulado, enquanto os indivíduos buscam reprimi-lo.
É um trabalho sobre o quanto a violência possui uma raiz no prazer, entregue com uma trilha sonora forte e ruidosa e uma fotografia fascinante.

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