Acho que entendi qual o estilo do diretor Gustavo Vinagre. Assim como no talvez o seu mais conhecido filme “A Rosa Azul de Novalis”, em “Nova Dubai” uma fórmula parece se repetir: o diretor filma os personagens proferindo monólogos saudosistas e daí resulta em um filme apenas por ele ter sido filmado. Na incapacidade do diretor em desenvolver os personagens, ele os faz falar.
A premissa de “Nova Dubai” é, por si só, patética: num bairro de classe média numa cidade do interior do Brasil, a especulação imobiliária ameaça os espaços afetivos da memória de um grupo de amigos. A resposta de amigos gays diante dessa iminente transformação é praticar sexo em locais públicos e nessas construções.
Portanto, o filme além de entregar os monólogos saudosistas, também entrega cenas de sexo explícito em uma postura de militante do DCE, que acredita que sexo anal é político e que o hedonismo é revolucionário. No final, um filme muito ruim, conseguindo ser pior do que “A Rosa Azul de Novalis” – o que é surpreendente.
“Nova Dubai”, Gustavo Vinagre
Disponível no Embaúba Play
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