“Rotting in the sun” tem início na putaria e fim em caso policial

Sebastián Silva dirige filme que empolga no início, amornece no meio e decepciona no final


Avatar de Hernandes Matias Junior

Quando “Rotting in the sun” começa, acreditamos que estamos diante de um soft pornô gay. Sebastián Silva, o protagonista, é um popular artista multidisciplinar que está passando por uma espécie de depressão, agravada por seu vício em drogas. Não somente pela melancolia e dificuldade em ter uma vida funcional, Sebastián nutre pensamentos suicidas e planeja se matar tomando um veneno conhecido na Cidade do México, cidade onde reside atualmente.

Vendo Sebastián se afundar, um fotógrafo colega de trabalho sugere que, para relaxar, ele faça uma viagem a uma praia de nudismo para homens em Oaxaca, onde também é um local de cruising. O protagonista assente e vai até lá.

É nítido que Sebastián está desconfortável naquele lugar onde homens exigem seus paus e seus cus sem o maior constrangimento, e transam sem se importar com a plateia que está na areia. Ao mesmo tempo que Sebastián fica curioso e não consegue não ficar olhando para os paus que os outros banhistas exigem, ele também demonstra certo repúdio.

Nessa mesma praia ele reencontra Jordan Firstman, um humorista e influencer do Instagram nonsense e desagradável. Jordan é fã do trabalho de Sebastián e o convida para produzir um programa sobre a vida desse primeiro. Após muita insistência, Sebastián aceita, ficando combinado que Jordan o visitará e passará alguns dias em seu apartamento na Cidade do México. A partir desse momento, “Rotting in the sun” dá uma reviravolta, que não irei contar por misericórdia.

O hedonismo no início do filme é muito contemporâneo, assim como o uso das drogas como escapismo da angústia e o vício nas redes sociais onde cada vez mais as pessoas elevam o nível de exposição. No entanto, por decisão do diretor, isso tudo foi deixado de lado e o filme passou a ser um suspense caótico.

Existem momentos de êxito nessa segunda parte do filme, com o espectador se vendo apreensivo com o que está por vir, mas infelizmente o final é decepcionante, uma decisão equivocada do diretor, uma saída muito fácil que destrói toda a empolgação que o filme criou. Por causa disso, “Rotting in the sun”, que era para ser um filme bom, acaba se tornando apenas mediano – o que é uma pena.


“Rotting in the sun”, Sebastián Silva

Disponível no MUBI

Avaliação: 3 de 5.

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